Há “evidências credíveis” de derrota de Maduro, diz Canadá
País condena violações de direitos humanos cometidas pela ditadura venezuelana A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly (foto), divulgou neste domingo, 4 de agosto, no X, antigo Twitter, sua “declaração sobre os resultados da eleição presidencial na Venezuela”, realizada em 28 de julho. O país da América do Norte não reconhece Nicolás Maduro como vencedor, pede que presos políticos sejam soltos e se dispõe a trabalhar por uma solução pacífica. Leia a íntegra:“O Canadá condena as violações dos direitos humanos, bem como os atos de violência que estão ocorrendo após as eleições presidenciais e pede a libertação imediata dos indivíduos arbitrariamente presos, presos ou detidos. Os cidadãos não podem ser alvo de repressão ou represálias por exercerem seus direitos democráticos. O povo da Venezuela demonstrou seu compromisso com a restauração da democracia votando pacificamente e em grande número em 28 de julho de 2024. Elogiamos os venezuelanos por participarem ativamente do processo eleitoral, inclusive como eleitores, funcionários de votação, testemunhas do partido e observadores cidadãos. Lamentamos profundamente que as autoridades venezuelanas não tenham respeitado esse impressionante engajamento cívico ao não compartilhar a prova dos resultados. Os dados eleitorais coletados por testemunhas cidadãs e observadores internacionais independentes fornecem evidências credíveis de que os resultados reivindicados pelas autoridades de Maduro nesta eleição não refletem a vontade do povo venezuelano. Reiteramos nosso apelo às autoridades venezuelanas para garantir a transparência e publicar resultados detalhados para todas as assembleias de voto. Uma solução pacífica, negociada e liderada pela Venezuela é necessária para resolver esta crise. É imperativo que todas as partes iniciem negociações para garantir que a vontade democrática do povo da Venezuela seja respeitada e que um processo pacífico de transição seja estabelecido.Estamos preparados para trabalhar com parceiros na região para apoiar esse diálogo. O Canadá tem se mantido, e continuará a ficar, ao lado do povo da Venezuela nestes tempos desafiadores.”
Delação de Mônica Moura explica elo de Lula e Maduro
Depoimentos detalharam esquemas de Chávez e Maduro com empreiteiras do petrolão e os pagamentos do então chanceler e atual ditador à esposa de João Santana por campanha feita na Venezuela após intermediação de Lula *Artigo escrito por Felipe Moura Brasil para O Antagonista. Este é um resumão histórico – em parte exibido, com vídeos, no Papo Antagonista de 30 de julho de 2024 – das relações entre o lulismo e a ditadura de Hugo Chávez mantida por Nicolás Maduro na Venezuela, com as participações dos então marqueteiros do PT João Santana e de sua esposa, Mônica Moura, além dos negócios envolvendo as empreiteiras Odebrecht, atualmente Novonor, e Andrade Gutierrez. A cumplicidade do governo Lula com Maduro mesmo após a fraude eleitoral de 28 de julho, bem como a omissão de emissoras tradicionais de TV e rádio sobre a natureza dessa relação, configura um momento oportuno para lembrar os verdadeiros motivos de tamanho rabo preso. Como Lula conheceu Chávez? Em março de 2008, Hugo Chávez contou como conheceu Lula. Ele repudiava na TV, ao vivo da Praça Caracas, o bombardeio colombiano que eliminou Raúl Reyes, número 2 das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em acampamento no nordeste do Equador. Chávez resmungou contra a imprensa americana e colombiana por chamar Reyes de narcotraficante e, segundo ele, festejar a morte do “revolucionário”. Falou até das presas de Drácula, que são aqueles dentes alongados da frente. Quando foi falar que conheceu Reyes em encontro do Foro de São Paulo, mencionou ter conhecido Lula na mesma ocasião, em 1996, embora ele tenha confundido o ano com 1995. “E o que dizer do governo subimperialista da Colômbia? Um verdadeiro sabá [encontro de feiticeiros] se desencadeou, um autêntico aquelarre [reunião de bruxas]. As presas de Drácula banhadas em sangue, celebrando a morte, festejando a nossa morte… Prestamos homenagem a um bom revolucionário que foi Raúl Reyes. Eu o conheci pessoalmente. Lembro-me que, quando saí da prisão em 1994 e andava por essas ruas de Caracas, essa Praça Caracas, e esses bairros e aquelas cidades, eu recebi o convite para participar em 1995 [na verdade, 1996] do Foro de São Paulo, que foi realizado naquele ano em San Salvador [capital de El Salvador]. O convite me foi feito por um bom amigo, comandante revolucionário falecido há pouco tempo, Shafik Hándal. E lá fui parar, em San Salvador. E uma das pessoas que conheci foi… naquela ocasião, eu conheci Lula, entre outros.” Como Lula e Chávez se tornaram íntimos? Embora Lula e Chávez tivessem se conhecido em 1996, quem disse ter introduzido a intimidade entre os dois foi Emílio Odebrecht. O empresário fez o relato em sua colaboração premiada na Lava Jato, a força-tarefa que revelou o esquema de suborno na Petrobras, envolvendo a empreiteira de sua família. A página 62 da transcrição de um depoimento de Emilio mostra o que ele declarou sobre sua própria relação com Chávez, ditador do país onde a Odebrecht tocava diversas obras: “A relação que eu tinha, não precisava vir via LULA… Quer dizer, eu tinha uma relação com CHÁVEZ… Quem introduziu essa intimidade do LULA com CHÁVEZ fui eu!” Como surgiu o financiamento do BNDES para o Porto de Mariel? Logo em seguida, Emílio contou que “CUBA nasceu de um pedido do CHÁVEZ”. O empresário se referia às obras do Porto de Mariel, financiadas pelo BNDES, então presidido pelo militante de esquerda Luciano Coutinho, que havia participado, em 1990, do primeiro Foro de São Paulo, realizado na capital paulista. “Quer dizer… O trabalho (…) nosso em CUBA foi a partir de um pedido do CHÁVEZ… Do CHÁVEZ… O que foi que eu disse a CHÁVEZ? – ‘Chefe, eu vou buscar lhe atender… Para a gente fazer aquele…’ Foi o porto de MARIEL que ainda tava (…) em cogitação…” Emílio contou ter dito o seguinte a Chávez: “O que o senhor pode fazer é me ajudar… E o senhor pedir a LULA, pra dizer da importância disto, porque facilita o programa nosso de andar nas instituições brasileiras… E até certo ponto ele fez… o Chávez ao Lula…” Chávez pediu a Lula financiamento de obra em Cuba? Em depoimento gravado em vídeo, Emílio detalhou seu pedido a Chávez para falar com Lula sobre o Porto de Mariel em Cuba e relatou que Lula confirmou ter recebido o pedido. “Eu disse: ‘Olha, chefe, nós trabalhamos nos Estados Unidos, eu tenho um problema. Um assunto desse de dinheiro, ou tudo isso que está restrito, que está restrito em Cuba, não é fácil viabilizar o esquema financeiro. O senhor, que tem uma boa relação com o presidente Lula, poderia ligar para ele e transmitir isso.’ De fato ele fez. Fui convocado pelo Lula, que disse ter recebido um telefonema do Chávez transmitindo um encontro que tinha tido comigo e que ele estava dentro da linha de apoiar aquele programa lá de Cuba, do Porto Mariel. E foi o que deslanchou.” Emilio Odebrecht confirmou pressão do governo Lula no BNDES? Ao ser questionado se houve ingerência política de Lula no BNDES para que o projeto fosse adiante, Emilio ainda respondeu. “Eu não tenho dúvida nenhuma. Porque eu sou contra todo o processo… eu diria que o BNDES jamais… e nós próprios nem levaríamos um assunto de financiamento ao BNDES para Cuba – não estava dentro do nosso plano – e nem dentro das diretrizes do BNDES…” Questionado se, numa situação normal, o BNDES aceitaria, Emílio complementou: “Nem a Odebrecht e nem o BNDES. Numa condição normal, nem a Odebrecht e nem o BNDES. Eu não tenho dúvida quanto a isso. Então houve logicamente o interesse de governo, político, partindo [do pedido do Chávez], ou não só [desse pedido]… eu não diria… não foi só por causa do pedido do Chávez, aí tinha também a afinidade [de Lula com os regimes de Venezuela e Cuba]… Pressão… eu acho que teve, ao meu modo de ver, se é legítima ou não, eu não vou entrar nesse mérito, mas eu tenho certeza que houve, porque as prioridades de governo